142016dez

A EDUCAÇÃO para o TRÂNSITO (estamos educando?)

a-educacao-para-o-transito-estamos-educando

A EDUCAÇÃO para o TRÂNSITO (estamos educando?)


a-educacao-para-o-transito-estamos-educandoA palavra origina-se do latim “education” que seria algo como o ato de administrar, orientar, formar, causar…

A “Educação” – em suas bases conceituais – é um processo entre alguém que educa e aquele outro que é educado. Mas podemos até ousar por vezes naquela “carreira solitária”, isto é, educando a nós mesmos. (somente observando o que rodeia não deixando as nossas percepções distorcidas enganarem)

Assim como a escola não é o único lugar em que há educação, professores e alunos também não são os únicos atores desta rede complexa. Mas…, deixem-me expandir meus argumentos!

Os gregos na antiguidade educavam suas crianças (no caso somente os meninos) para torná-los bons cidadãos, apostando na certeza de que a sua comunidade seria mais forte se o indivíduo que aprendesse integralmente, no futuro, sem dúvida, desenvolveria os seus melhores talentos.

Hoje o conceito na sociedade moderna (definição mais “geral”) destaca a “Educação” como a maneira em que o comportamento e os princípios morais de uma comunidade são transferidos de uma geração para a outra. Portanto, a “Educação” é o processo que se desenvolve através de situações observadas em conjunto e por experiências individuais.

Ela “acolhe” a urbanidade, a solidariedade e a cortesia que um indivíduo demonstra, assim como sua capacidade de conviver com outros semelhantes, afastando-se de rituais enganadores, que vão além do que deve, incômodos e aparentemente eternos.

A “Educação” tem o dever de “alimentar” o indivíduo de forma apropriada e também a sociedade em geral, ofertando desta maneira a melhor integração para todos. (lembrando que mesmo nas sociedades mais desfavorecidas da história humana sempre houve cooperação e respeito).

A “Educação” de competência projeta preparar o indivíduo – trabalho este que deve começar na infância -, com o objetivo de que seja capaz de compreender o local em que vive, para posteriormente atuar nele com ferramentas eficazes na elaboração, quem sabe, de um mundo melhor. (fora disto a ideia seria tão absurda que não vou dedicar mais destaque)

E como deve ser aquele que “educa”?

Isso em principio parece tão natural, tão imediato e tão simples de saber como “olhar e ver”, mas a resposta não é uma “estrada” tão estreita quanto parece. Quem educa deve conhecer de forma indiscutível:

1º) o destino ao qual quer chegar:

2º) o motivo que o fez escolher o tema;

3º) e a maneira de tornar “realizável” o objetivo ao qual se propôs.

Para isso o “Educador” deve possuir possibilidades de perceber um futuro realístico convertendo seus “educandos” em multiplicadores de mudanças sociais, que estejam apoiadas em ações concretas e distantes de episódios que fiquem somente no campo das ideias.

OBS: o “Educador” deve assumir a postura de um “neurocirurgião”, mas que sem abrir o crânio consegue mudar conexões tanto daqueles “mal educados” como dos “sem educação”, oportunizando assim ações mais éticas a estes.

Mas sabemos o quanto é penoso ensinar “noção de alguma coisa” da qual se tem somente a superficialidade…(é como estar nivelando o gosto pelo gosto médio)

Para isso, aqueles “que educam” devem buscar incessantemente a renovação dos seus saberes com estudos progressivos para que não sejam no futuro breve citados desdenhosamente por pretensos “desmascaradores” de mitos.

Os “Educadores” devem ser “estimuladores” na construção do conhecimento, tendo para isso uma continua postura ativa de argumentação, autoavaliação e principalmente saber trabalhar em equipe, pois é na troca de ideias que o “todo” prospera. (como a “tirar vantagem” do “efeito carona”)

Estes senhores(as) devem ser chamados de “Professor(a)” e/ou de “Educador(a)”?

Bem, a profissão de “Professor” é muito antiga…

Na remota Grécia a palavra era designada aos “escravos” que cuidavam dos meninos para as famílias – tipo guarda costas. O conceito seguiu seu caminho por mudanças silenciosas e sem querer soar muito “pomposo” o tempo fez adquirir um melhor “status”.

Hoje, segundo os especialistas da área de Educação, o “Professor” é um profissional amarrado apenas ao conhecimento e ao conteúdo. Então, ser “Professor” é uma profissão e qualquer um que seja “habilitado” pode exercê-la. (bem sei que essas são questões recém-adquiridas e obviamente difíceis de serem recebidas sem alarde, mas…)

E o que dizer do celebrado, popular e afamado “Educador”?

Sim, o “Educador” é aquele que está comprometido com as pessoas, não somente com o conhecimento, mas acima de tudo com o bom uso desses conhecimentos tanto para a família quanto para a sociedade.

Ele também é um “Professor”, tem “aptidão” e a exerce em todo momento.

O “Educador” não é imparcial, e a sua utilidade é a de construir uma realidade diferente, em que o individualismo cede lugar ao “distribuir o respeitar ao outro”, mantendo sempre a vontade de alimentar a esperança em cada um que venha assenhorar-se.

O “Educador” além de informar tem o dever de “formar”. (não há como se preparar um “Educador”… É “dom”)

Saiba que para tornar-se um “Educador”  não decorre de uma intenção deliberada, nem de um programa de vontade externa. O verdadeiro “Educador” manifesta-se diretamente do coração e não ao acaso. (mas isso é só uma pequena parte da história!)

A Educação formal no mundo.

A “Educação” formal (aquela que ocorre na Escola) de uma sociedade é verificada levando-se em conta diversas variáveis como:

– a taxa de alfabetização de adultos;

– a matrícula em escola primária;

– a matrícula do ensino secundário e

– anos médios das mulheres na escola. (esta última informação é sempre desconcertante em princípio, mas é um fato).

Os quatro países do mundo que merecem grande destaque por sua “Educação formal” são a Finlândia, o Japão, a Suécia e a Coréia do Sul.

Mas, o que estes países apresentam de semelhança?

– Em todos eles a “Educação” é colocada como prioridade e há uma cobrança devida do poder público nas parcerias. (nestes países as famílias, o poder público e as escolas participam conjuntamente e de forma atuante)

Na Espanha, por exemplo, as escolas têm um projeto de convivência. (algo que em minha opinião proporciona “janelas de oportunidades”)

Nos países desenvolvidos o sucesso do aluno durante o período escolar é que vai definir o seu sucesso na vida profissional futura.(no Brasil este princípio é absurdamente cômico como veremos a seguir)

E a “Educação” formal no Brasil?

Estamos continuamente em silêncio, perdendo muito na “qualidade de Educação”, e assim, marchando em “passos largos”, não teremos condições futuras de competir lado a lado com os demais países desenvolvidos porque somos uma sociedade que não valoriza o conhecimento. (uma verdadeira contradição maluca e os motivos são abundantes)

Vejam:

– As ações de gerenciamento do sistema do ensino nacional são amadoras…(saibam que quando a única ferramenta que você tem é um martelo, tudo começa a se parecer com um prego).

– Criamos uma sociedade repleta de desordem onde os valores morais, éticos e espirituais são precários. (fator decisivo da nossa gigantesca impotência diante dos fatos)

– O poder público não respeita a continuidade e o cidadão não incentiva a sua participação no processo – não cuida, não controla.(vivemos uma falsa democracia. Na verdade nos deparamos com uma singela, perversa e atenuada oligarquia – sistema em que poucos decidem).

– O investimento é maior no que resulta em visibilidade política, e não em pessoas. Muitos parlamentares apresentam propostas demagógicas e/ou eleitoreiras. (o jogo problemático de ações motivadas por interesses nem sempre claros e frequentemente pouco dignos).

– Temos uma escola pública só para os desabastecidos socialmente, distanciando a convivência de diferentes no mesmo espaço, acarretando na debilidade da sociedade. (muitos alunos são aniquilados para a vida profissional dentro deste modelo)

– No Brasil a TV manipula – ela não nos traz o mundo, mas uma versão “dele” que constantemente é ornamentada e inventada como a verdade.

A “mídia” – na sua maioria com raras exceções -, estimula valores vazios, e a internet acrescenta a esse coquetel a influência de sua diversificação por muitas vezes desastrosa. (e assim é ofertada uma poderosa mistura pronta para a explosão)

– No Brasil, o gasto familiar com material de leitura é muito pequeno: corresponde a 0,5% do orçamento o que é muito abaixo comparado ao destinado aos aparelhos eletrônicos – aproximadamente 1,8%. (nada que os mais imaginosos escritores de “drama” seriam capazes de fantasiar poderá exercer igual perversidade cotidiana igual a esta realidade)

– Entre os 10 países com o maior número de analfabetos no mundo o Brasil ocupa o 8º lugar…(aqui não caberia a frase “alegria pela desgraça alheia”, pois cabe informar que a ONU atualmente reconhece a existência de 193 países, apontando o nosso país na “elite” dos mais miseráveis)

– Em 2012 – segundo últimos dados disponíveis na internet, o Brasil ficou entre os últimos lugares no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), de um total de 65 nações participantes. (ainda temos muito pouca instrução. Mas sem dúvida não é só isso).

OBS: PISA é uma prova aplicada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para medir o nível de habilidades de estudantes de diferentes países em três áreas do conhecimento:

Matemática (1º lugar Xangai/China com 613 pontos e o Brasil 58º lugar com 391 pontos);

Leitura (1º lugar Xangai/China com 570 pontos e o Brasil 55º lugar com 410 pontos) e;

Ciências (1º lugar Xangai/China com 580 pontos e o Brasil 59º lugar com 399 pontos).

O exame ocorre a cada três anos para alunos na faixa etária dos 15 anos. Apesar de não ser um país-membro da OCDE o Brasil participa do Pisa desde 2000. O desempenho do país evoluiu nas últimas edições, mas os alunos brasileiros ainda ocupam as últimas posições do ranking do PISA. (certamente o último desempenho é uma evolução exaurida, desimportante e moribunda)

– A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mantém um ranking da educação em 36 países, no qual o Brasil amarga a penúltima posição – à frente somente do México.

Como critérios avaliados pela organização, estão o desempenho dos alunos no PISA, a média de anos que os alunos passam na escola e a porcentagem da população que está cursando ensino superior.

A sociedade brasileira ainda varre para baixo do tapete e ignora estas realidades. No geral, “ela” está abençoadamente inconsciente de seu profundo desconhecimento, e mesmo assim, continua somente especulando a respeito…(está como que degustando diariamente o vinho da “irresponsabilidade” sem desatar-se da embriaguez)

E a “Educação para o Trânsito”, o que é?

Muitos pensam que limita ensinar as regras de circulação…(trata-se usualmente sem dúvida de uma definição empobrecida)

A “Educação para o Trânsito” não se restringe meramente a isso, e afirmo que sua verdadeira relevância ainda não foi percebida. É muito mais complexo do que imaginamos, pois envolve as diversas estratégias nos relacionamentos do homem com a sociedade, com a política, com a economia e com ele mesmo.

Isso torna confuso para que haja consenso sobre os entendimentos, as interpretações, os posicionamentos, e as ações a serem tomadas.

As diferenças de opiniões, os conflitos dos “egos” e as controvérsias do “conhecimento” geram fortes reações emocionais e isto atrapalha – não há uma “unidade” entre os que a propagandeiam. (em síntese estamos diante de um “enorme desafio” e precisamos especular “sim”, só que de maneira inteligente)

Seria arrogante de minha parte “negar” que ainda há muitas questões importantes sobre a “Educação para o Trânsito” a serem mostradas, então selecionei algumas situações que achei no mínimo convenientes.

São elas:

– A cidade de Kobe/Japão tem os “sistemas viários” projetados para manter o tráfego em movimento constante, garantindo menor emissão de poluentes originados por congestionamentos.

– Berlim possui um dos sistemas mais ágeis da Europa. Com uma população de 3,5 milhões de habitantes, apenas 31% dos moradores usam o carro particular. Lá o ônibus é muito pontual e se há atrasos eles são pequenos (na Alemanha 5 minutos já é um grande atraso). Não há necessidade de fazer sinal nas paradas de ônibus/bonde – havendo usuário no ponto o motorista para.

– Em Nova York/EUA a prefeitura fechou alguns quarteirões para a passagem de carros e fazer dela um grande boulevard (um lugar amplo para o cidadão).

– Em Estocolmo/Suécia um sistema de pedágio urbano isentou veículos à base de “fontes alternativas de energia” como forma de melhorar a circulação e incentivar os consumidores a escolher carros menos poluentes.

– Em Tóquio/Japão quem compra veículo de transporte precisa apresentar uma prova que possui vaga privada para estacioná-lo. Se não tem, não compra.

– Em Pequim/China embora comprar um carro seja fácil, conseguir “emplacar” é o maior desafio dos motoristas chineses. O governo estipulou um sistema de sorteio, e a emissão de novas “placas” foi reduzida a um terço.

– Na Europa, atravessar a faixa de pedestres com o sinal vermelho é uma atitude “condenável” e sujeita a “multa”.

Mas aqui em nosso país estamos como em uma “casca aprisionadora” que se mostra tão marcada por distorções culturais, de desvirtuamento na escolha dos objetivos sociais, tão separatistas e muitas vezes até cruel nas atitudes. (convivemos em cidades odiosas e sem coração)

Devemos então dissolver todos os abusos cometidos em nome da sociedade e deixar que a nossa vida não seja governada mais em grande parte pelos caprichos e pelo individualismo. (os centros urbanos estão devorando avidamente os “bons cidadãos” e as energias “honestas” das pessoas. Mastigam e as digerem, para em seguida cuspi-las fora)

Que desta forma cada um comunique conscientemente sua repugnância por todo e qualquer delito urbano. (para aqueles que “têm nojo” é logico)

Mas quais os motivos pelos quais no Brasil obtemos resultados discretos em relação ao tema “Educação para o Trânsito”?

Entrarei na seara das indagações…

1º) Nossas políticas públicas – por exemplo, a de prevenção de acidentes que na maioria são casos típicos de imprudências, são campanhas pontuais que ocorrem em véspera de festividades, e isso somente em algumas cidades. (são na maioria minguadas, semelhantes a doutrinas salvadoras de um mundo em perigo. Uma verdadeira apunhalada no coração dos sonhos de qualquer cidadão ético)

Não nutrimos uma política séria em “Educação para o Trânsito”. Não buscamos direção social que resulte em mudança de comportamento, porque, quando se fala em educação, sabemos que não é uma propaganda bonita ou feia na televisão que muda comportamento. A “Educação para o Trânsito” assim como qualquer outro tipo de “Educação” é um processo, e ele começa na educação infantil, lá com os pequenos e deve ser “continuado”. (isso ainda nós não temos. O que temos é um gigantesco potencial arruinado)

2º) Os órgãos nacionais responsáveis trabalham “sem sintonia” estabelecendo regras diferentes para diversas regiões do país. (na maioria são ações temperadas de ocultismo e ineficácia)

3º) Os recursos arrecadados não são reinvestidos na mesma proporção em campanhas educativas que deveriam ser permanentes e eficazes. (exemplo: quase R$ 3 bilhões deixaram de ser investidos em projetos de mobilidade urbana e foram destinados aos estádios para realizar a Copa do Mundo. Evento que transformou um desastre previsível em aniquilação econômica)

4º) O processo de urbanização das cidades brasileiras “foi e está sendo” conduzido por modelos econômicos na maioria das vezes equivocados. (é a cultura do improviso que há muito tempo encontra-se instalado no cotidiano das cidades)

5º) Há um forte incentivo nacional para a venda de carros originando maior número de veículos trafegando…como resultado mais congestionamento, mais poluição e mais mortes. (morrem anualmente milhões de pessoas no mundo ocasionadas pela poluição veicular. A maioria por doenças respiratórias)

OBS: estes dados se assemelham a armas carregadas e mortíferas em mão negligente.

6º) Muitos “Educadores” estão habituados à própria sequência nos temas propostos e seguem maquinalmente o próprio bom senso. (é necessário tomar conhecimento que a escolha do assunto deve ser uma necessidade mais abrangente, assim como a atualização constante de informações deve ser pré-requisito. Não podemos esquecer a preocupação permanente com a capacitação do “Educador”)

Está ocorrendo:

– o “predomínio da arbitrariedade”, a “soberania da razão sobre a percepção” e a “falta de inter-relação contextual” nos conteúdos abordados pelos “Educadores”. Observa-se uma real desconexão da grandeza dos temas que envolvem a mobilidade com as apresentações.

7º) O objetivo teria de ser a compreensão da importância da mobilidade urbana e suas implicações com a vida cotidiana, para assim perceber a noção do assunto em diferentes situações sociais. (por exemplo: – Qual a relação existente entre a mobilidade urbana e a escassez de água?)

8º) A titulação de “Educador para o Trânsito” proliferou. A sociedade parece achar este título chique – tal qual ser participante de um “reality show”. (para sairmos desta considerável névoa de confusão é importante avaliar que somente a “prática” não basta)

9º) Um estudo realizado em 165 cidades do mundo concluiu que as cidades brasileiras têm os piores índices de mobilidade. Florianópolis tem pior mobilidade urbana do Brasil, o segundo pior índice de mobilidade do mundo e o deslocamento mais complicado entre 21 das principais capitais brasileiras.

10º) 95% da emissão de poluentes na cidade de São Paulo têm origem veicular.

Vejam que aqui só há pequenas “gotas” desse penoso “mar” de insucesso…Quem são os responsáveis por gerenciar a “Educação para o Trânsito”?

Atualmente no país tudo muda para ficar a mesma coisa…(a situação permanece irredutível, pois alguns consideram a modernidade um veneno)

As notas baixas recebidas pela qualidade e pelo gerenciamento da nossa mobilidade urbana, avaliadas pelos olhos externos, conduzem a falar mal de nós mesmos. Urgentemente as formas de educarmos para o trânsito devem ser repensadas de acordo com o voto mais ardente da razão.

Ainda estamos desatualizados nas metodologias educacionais. O mundo é outro e não dá mais para continuar com o mesmo tipo de ensino. (na realidade a maioria dos cidadãos só tem rudimentos muito superficiais sobre o assunto)

O trânsito está associado simplesmente a sentimentos negativos, como acidentes, perigo, caos, violência, imprudência e congestionamentos ou engarrafamentos. (então percebo com angústia que o tempo pode extinguir todo o entusiasmo de uma nova visão)

Os encontros, palestras, seminários etc…estarão “eles” a contribuir para que a atmosfera vulcânica das ruas apodere-se do seu legítimo lugar? (há muita gente capaz que peregrina por ai com constante inquietude e esperando impacientemente para mostrar seu trabalho. Mas tenho boas razões para crer que há outros motivos nesta falta de oportunidades além da busca da verdade)

Devemos “educar” nos diversos espaços existentes na sociedade – que sabemos são espaços distintos – visando um cidadão educado para a vida privada e para a coletividade. (mas estes espaços não conseguiram nem mesmo iniciar um típico ensaio de cidadania)

Sabemos que as realidades educacionais de cada país são distintas – as circunstâncias, as culturas e as situações. No entanto, boas lições sempre podem ser apreendidas com as experiências positivas de outras partes do mundo. (se a iniciativa não for coroada de absoluto sucesso aos olhos da sociedade, terá pelo menos, consequências)

Devemos educar os próprios “Educadores”; que prefiro chamar de “colaboradores”. (para apaziguar a cólera da sociedade)

Sabemos que certezas absolutas trazem mais danos do que o debate de dúvidas. (então devemos acender em “todos os momentos” a chama da “crítica social”)

O fracasso da sociedade é também  do cidadão. (que seja tomada a consciência dessa indelével humilhação)

Cidadania tem a ver com a vida em sociedade. O espaço público é uma produção social, um direito e responsabilidade de todos. (infelizmente o termo “cidadania” está desgastado e inútil)

Temos de construir a nossa sociedade não como preparação para um futuro conhecido, mas para um futuro rigorosamente imprevisível. (como para daqui a 50 anos. O que acham?)

A “Educação” não é feita somente na escola. Devemos pensar na “sociedade” como uma “Educadora”! (mas como “Educadora” somos cada vez mais sinônimo de vergonha e incapacidade)

Os sistemas de “Educação” isolados são ineficazes. (devemos abolir estes instintos conservadores do medo e o individualismo)

E assim para finalizar quero suscitar mais um desafio. Apesar dos resultados tomados pela sociedade até agora não darem razões otimistas – bem pelo contrário, nos inflam de uma desilusão progressiva e geral -, desejo que cada um mergulhe nas sombras do “agir” e se converta para a “religião cidadã”…e que passe a abominar o apego sincero e fervoroso ao “sem-educação” e/ou ao “mal-educado”.

Que você seja tomado por uma “beatice urbana” e que “ela” o transforme em um devoto fervoroso; só que desta vez da “boa cidadania”.

Que conscientemente você assuma a responsabilidade de indagar incessantemente o que está ao seu redor. Pergunte também sobre o sentido do que você está fazendo, não deixando jamais ao “acaso” o encargo da resposta, pois…do contrário você pode futuramente saber que perdeu a chance de firmar sua reputação social, pois ela evaporou!

Fonte: Portal do Trânsito

O artigo: A EDUCAÇÃO para o TRÂNSITO (estamos educando?), também pode ser encontrado no portal: IN Trânsito.