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Falta de manutenção do veículo é uma das principais causas de acidentes de trânsito no Brasil

Falta de manutenção do veículo é uma das principais causas de acidentes de trânsito no Brasil



Relatório da PRF revela que de janeiro a abril deste ano ocorreram mais de 19 mil ocorrências em rodovias, sendo que, entre as causas, a falta de manutenção dos veículos aparece em quinto lugar.

Resumo da Notícia

  • Relatório da Polícia Rodoviária Federal (PRF) revela que de janeiro a abril deste ano ocorreram mais de 19 mil ocorrências, sendo que, entre as causas, defeitos em veículos ficam atrás de ingestão de álcool com apenas dois pontos percentuais de diferença.
  • Situação é agravada com o envelhecimento da frota.
  • Inspeção técnica veicular para fiscalizar o estado dos veículos em circulação pode contribuir com a segurança no trânsito.

Os acidentes de trânsito no Brasil provocam mais de 45 mil mortes ao ano, sendo que defeitos nos veículos são uma das principais causas. A falta de manutenção associada ao envelhecimento da frota circulante pode agravar a situação. Segundo relatório da PRF de janeiro a abril de 2020 contabiliza 19.574 ocorrências em rodovias. Sendo que a quinta causa é defeito do veículo, ficando logo atrás depois de ingestão de álcool por apenas dois pontos percentuais.

Para Elias Mufarej, conselheiro do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) e coordenador do GMA, Grupo de Manutenção Automotiva, como a frota brasileira vem envelhecendo há seis anos consecutivos, a idade deve superar os 10 anos, enquanto a dos caminhões já ultrapassa os 11 anos.

Veículos mais velhos requerem manutenção periódica, porém não é o que acontece na realidade.

Quando a idade aumenta, a tendência é o dono do carro postergar a revisão e os reparos necessários. Segundo Mufarej, isso ocorre porque no Brasil não existe inspeção técnica veicular para fiscalizar o estado de conservação de veículos e o dono do carro acaba protelando a manutenção quando a idade aumenta.

“Deveria ser o inverso, já que quanto mais velho o veículo é maior a necessidade de manutenção. Isso acontece devido ao desgaste natural das peças e com o uso”, completa.


Além da questão de segurança, outro problema é qualidade do ar.

A causa é a emissão de dióxido de carbono acima do limite devido à falta de manutenção. Levantamento da OMS (Organização Mundial de Saúde) indica que, no Brasil, a poluição do ar em ambientes externos provoca a morte de mais de 50 mil pessoas por ano.

Outro dado do Ministério da Saúde revela que as mortes em decorrência da poluição atmosférica aumentaram 14% em dez anos. Durante a vigência da inspeção ambiental na cidade de São Paulo, estudos da Faculdade de Medicina da USP destacaram que a redução dos poluentes diminuiu a mortalidade na capital (559 mortes prematuras) e a morbidade, evitando 1.515 internações anualmente.

Mufarej lembra também que as entidades que representam o setor de reposição automotiva, formado por fabricantes, distribuidores, varejos e oficinas, já pleiteiam há duas décadas a implantação da inspeção técnica veicular no Brasil. Essa agora é uma nova oportunidade para que essa medida seja efetiva com o programa de reciclagem nacional. Segundo ele, o programa contempla inspeção técnica veicular que vem sendo aventada há mais de 20 anos e ainda não saiu do papel.

“Desta forma, haverá mais segurança no trânsito, pois os veículos serão fiscalizados para detectar problemas por falta de manutenção preventiva. Essa é uma forma de ajudar a evitar acidentes, muito deles, com vítimas fatais”, comenta.

A frota brasileira é a sexta maior do mundo, somando 45,9 milhões de veículos, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

A idade média atingiu 9 anos e 8 meses em 2019 e a de motocicletas também aumentou, alcançando 8 anos. No período de seis anos (2014 a 2019), o envelhecimento da frota em circulação aumentou 1 ano e 2 meses.

Desde 2015, a idade média da frota vem subindo. Possibilidades de reversão desse fenômeno dependem do aumento da taxa de crescimento das vendas de novos veículos e da taxa de sucateamento da frota existente. Depende também de políticas públicas que exijam a retirada de circulação de veículos muito antigos, ou seja, um programa de renovação da frota.

As informações são da Assessoria de Imprensa

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