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IPI menor não deve ser fator nº 1 na compra de carro, dizem analistas

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IPI menor não deve ser fator nº 1 na compra de carro, dizem analistas

Com a proximidade do fim do desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a indústria automotiva espera um leve “aquecimento” nas vendas no final do ano, que deve ser marcado pela segunda queda seguida, após uma década de altas.

A partir de janeiro, a alíquota do IPI deve voltar ao normal (veja na tabela ao lado), o que deverá fazer o preço dos carros subir, em média, 4,5%, segundo a associação de fabricantes (Anfavea).

As montadoras têm promovido feirões para incentivar a compra do carro ainda em dezembro, com imposto menor. Mas, segundo especialistas ouvidos pelo G1, o consumidor deve avaliar uma série de fatores antes de decidir pela compra ou troca de um automóvel. O desconto no IPI não é o mais importante, afirmam.

Veja abaixo 5 passos para decidir se é hora de comprar um carro novo.

1) A primeira pergunta
“Está no seu projeto de vida adquirir ou trocar de carro? Essa é a primeira pergunta. Se está no seu planejamento financeiro, sem dúvida o momento é oportuno para fazer uma pesquisa e buscar o veículo que quer”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos.

2) Preço + custo do uso
De acordo com Reinaldo Domingos, para saber se o carro novo “cabe” no bolso, o consumidor deve levar em conta não só o preço do veículo, mas também o seu custo mensal, que fica em torno de 2% do valor do bem.

Para um modelo de R$ 30 mil, por exemplo, o gasto deve ser de R$ 600 por mês. O cálculo feito pela Dsop Educação Financeira leva em conta combustível, manutenção, licenciamento, seguro, IPVA, estacionamento, lavagem e depreciação de 10% ao ano.

O educador financeiro Reinaldo Domingos ressalta a importância, além de checar os custos de manutenção (revisões e peças) do modelo de interesse, informar-se sobre a disponibilidade de estoque no mercado nacional e sobre a extensão da rede de concessionárias no Brasil.

3) Vai financiar?
O passo seguinte é ver se esse carro está de acordo com seu padrão de vida, somando o custo mensal ao da prestação, em caso de financiamento. “Caso esta soma esteja no limite do orçamento, sem reserva, não é aconselhável comprar. Pode ser o IPI menor do mundo, mas se não conseguir pagar depois, não vale a pena”, recomenda Domingos.

Para Ricardo Bacellar, diretor de relacionamento da consultoria KPMG no Brasil para o setor automotivo, a impulsão pelo consumo e pelo status deve ficar em segundo plano. “O risco de se perder o bem aumenta, apesar da maior facilidade de crédito”, apontou.

4) Analise as ofertas
As regiões Sudeste e Sul concentram as melhores ofertas e os preços mais baixos devido ao maior número de concessionárias e modelos disponíveis, em função da competição, segundo diretor executivo do Banco Nacional de Veículos (BNDV), Rafael Campos. “Porém a maior percepção do consumidor é em relação ao custo-benefício das promoções, que podem incluir acessórios, opcionais e serviços de despachante e seguros, reduzindo o ‘pacote’ da negociação”, afirmou.

Assim como no começo deste ano, as concessionárias devem fazer ofertas do tipo “sem IPI maior” ou “preço antigo” ainda no início de 2015. No entanto, o presidente da associação dos concessionários diz que pode ser um risco deixar para depois. “Em dezembro, o consumidor terá mais opções de compra. Com passar do tempo essas opções vão caindo.”

5) Pensa em dar o usado de entrada?
“Quem tem um valor à vista deve negociar descontos maiores. O ideal seria vender o seu usado antes, e evitar a venda casada”, recomendou Bacellar (leia mais sobre compra e venda de carro usado)..

 

G1

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