Motoristas evitam lavar os carros devido à falta d”água
Motoristas evitam lavar os carros devido à falta d”água
Lavar o carro com mangueira gasta, em média, cerca de 500 litros de água, de acordo com informações da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Com o período de estiagem, em que os reservatórios e mananciais de água se encontram em situações críticas no Estado, uma nova tendência tem sido observada nas ruas de São Paulo: deixar os carros sujos. Assim como na Capital, em Sorocaba algumas pessoas estão aderindo a essa prática e até mesmo postos de combustíveis e lava-rápidos também estão tomando atitudes para evitar o desperdício.
O aposentado Francisco Cardoso, 57 anos, conta que mudou os seus hábitos por causa da crise hídrica. “Antes eu lavava o carro todo fim de semana com a mangueira. Agora quase não lavo para economizar. E quando lavo é de maneira econômica, com baldinho e pano”, diz. O aposentado não lava o carro há três semanas, pois acha muito importante economizar água no período de estiagem. “As pessoas deveriam se conscientizar. Eu faço a minha parte. Seria bom se todos contribuíssem, mas não é isso que acontece” destaca.
Já o músico Eduardo de Oliveira, 34, acredita que lavar o carro em lava-rápidos economiza mais água do que lavar em casa. “Antes, eu lavava o carro com mais frequência. Agora eu levo duas vezes por mês no lava-rápido”, conta. “Eu sempre vou para o sítio, então o carro sempre fica sujo de barro. Eu peço para limpar mais por dentro do que por fora. Assim não desperdiça tanta água e contribui com o meio ambiente”, ressalta.
Clientela reduzida
Os lava-rápidos da cidade tiveram queda de clientes durante este período de estiagem. O lava-rápido de Luiz Reinaldo Alves, localizado na rua Dr. Campos Salles, foi um deles. Alves diz que a procura pelo serviço diminuiu bastante. “Também estou economizando água, atendendo o mínimo de clientes possível. Nem estou divulgando a propaganda do estabelecimento”, conta. O empresário ressalta, também, que nos últimos meses os clientes estão optando em limpar somente a parte interna do veículo. O proprietário conta que utiliza um sistema de calhas para armazenar a água da chuva. “Eu utilizo a água da chuva para lavar os veículos. Mas com a falta de chuva, o sistema não está tendo muita utilidade”, explica.
Para evitar o desperdício de água, alguns postos de combustível deixaram de oferecer o serviço de ducha para veículos, como um posto localizado na rua Rodrigues do Prado, na Vila Haro. Um frentista que não quis se identificar disse que o posto chegava a lavar de 70 a 80 carros por dia. “Faz mais de 20 dias que não estamos oferecendo a ducha. O posto gasta muita água. Cortar a ducha é uma forma de colaborar”, conta. “Isso também é uma forma de conscientizar os clientes de que esta ação é para ajudar a população. Nossa atitude não vai solucionar o problema, mas vai ajudar”, completa
Cruzeiro do Sul
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