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Sistema Start/Stop danifica ou reduz a vida útil do motor?

Sistema Start/Stop danifica ou reduz a vida útil do motor?


Dúvida ainda é frequente, ainda que o sistema Start/Stop já seja mais comum e esteja presente até em carros populares.



O sistema Start/Stop, que desliga e religa o motor automaticamente em breves paradas, já é famoso no mundo automotivo. Antes presente apenas em carros mais caros, hoje ele já equipa modelos populares como o Fiat Uno. Contudo, apesar de estar mais difundido, ainda existem muitas dúvidas sobre o impacto de tantas partidas no motor. Será que ele danifica ou reduz a vida útil de algumas peças? O iCarros procurou especialistas para responder os principais questionamentos sobre o sistema Start/Stop.

Como funciona o sistema Start/Stop?

Ao parar o veículo, o motor de combustão é desligado automaticamente. Ele é ligado novamente assim que é acionado o pedal da embreagem em carros com câmbio manual ou quando o motorista retira o pé do pedal do freio em modelos automáticos. Para identificar esses movimentos, há diversos sensores que apontam qual marcha está engatada, se as rodas estão girando e em qual sentido, qual é a atividade do motor, a pressão sobre os freios e o rendimento da bateria. O objetivo do sistema é que o funcionamento seja suave ao desligar e religar o motor, além de oferecer arranques extremamente rápidos.

Quanto aumenta o número de partidas em carros com Start/Stop?

Não há um número exato. “Essa informação depende muito das condições de uso do veículo”, afirma Diego Riquero Tournier, chefe do Centro de Treinamento Automotivo da Bosch. Contudo, os especialistas concordam que ele é bem maior do que em modelos sem Start/Stop. Por isso, há diversas modificações no veículo para que sua durabilidade não seja comprometida (leia mais abaixo).

Quais componentes são alterados para o carro ter Start/Stop?

As modificações são realizadas basicamente em três áreas: adaptação de componentes já existentes, incorporação de novos sensores e desenvolvimento de um software específico para a gestão do motor. “A bateria e o motor de arranque são reforçados para suportar o sistema. Além disso existem os sensores de partida no acelerador ou na embreagem”, explica o prof. Roberto Bortolussi, do departamento de Eng. Mecânica da FEI.

As principais modificações dos componentes já instalados estão concentradas no redesenho do motor de partida e bateria para adaptá-los a uma utilização mais intensiva se comparada com um veículo sem Start/Stop. Quanto à incorporação de sensores, entre os mais importantes estão: o sensor de monitoramento da bateria (BMS), sensor da alavanca seletora do câmbio e, dependendo do sistema (automático ou manual), a presença de um sensor adicional na embreagem ou acelerador e o sensor de pressão no hidro vácuo (sistema de servo freio).

“Também é relevante mencionar a participação de outros sensores já presentes no veículo e que são compartilhados com o sistema Start/Stop, entre os quais podemos destacar o sensor de velocidade, sensores de porta aberta, cinto de segurança e outros”, destaca Tournier. “Com relação ao software, o sistema conta com uma programação específica que realiza intervenções no sistema de gestão de motor”, completa.

A vida útil de algum desses componentes é reduzida devido ao Start/Stop?

Não. “Os sistemas são dimensionados para este tipo de trabalho”, afirma o prof. Roberto Bortolussi.

É usada uma bateria auxiliar ou redimensionada nos carros com Start/Stop?

Nem sempre é usada uma bateria secundária, mas a solução existe em alguns modelos para incrementar o nível de conforto com a incorporação de outros sistemas que aumentam o consumo elétrico. Em geral, a solução é o uso de uma bateria redimensionada. “O esforço para ligar um motor que já está na temperatura de trabalho é muito menor que em um motor frio”, aponta Bortolussi.

Há componentes que são menos usados em carros com Start/Stop?

Sim. “É muito importante destacar que outros componentes significativos do motor, como velas, injetores, válvulas, bomba de combustível, bomba de água e outros, permanecerão menos tempo em operação. Portanto, a vida útil deles será superior se comparada com um veículo sem o sistema Start/Stop”, aponta o executivo da Bosch.

Quanto chega a ser a melhoria no consumo com o Start/Stop?

O sistema Start/Stop pode ajudar a reduzir em até 15% o consumo de combustível e a emissão de CO². “Em algumas situações é possível economizar mais de 20% de combustível”, alerta Tournier.

Com o ar-condicionado ligado, após quanto tempo o motor volta a ligar para manter a climatização?

O tempo para o motor religar e manter a climatização adequada varia de acordo com o modelo e a montadora já que, ao desligar o motor, é acionada apenas a ventilação. Se a parada, contudo, for muita longa, o sistema religa o motor independente do movimento do motorista nos pedais para não prejudicar a temperatura dentro da cabine. “É possível manter o habitáculo por aproximadamente dois minutos sem mudanças significativas na temperatura. Depois o veículo entra em funcionamento para voltar a controlar a temperatura interna”, diz o chefe do Centro de Treinamento Automotivo da Bosch, Diego Riquero Tournier.

Em quais condições o sistema Start/Stop não desliga o motor?

Para não prejudicar a dirigibilidade, as principais condições que inibem o funcionamento do Start/Stop são: baixo nível de carga na bateria, quando o veículo está em movimento, quando há sinal de porta aberta ou de cinto de segurança desafivelado, quando a temperatura do motor ainda é baixa ou dependendo do acionamento do ar-condicionado. Se você reparar, irá notar que o sistema não é acionado, por exemplo, enquanto está manobrando com a ré engatada ou em ladeiras muito íngremes.


Fonte: ICarros


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