Trabalho com moto passa a ter adicional de periculosidade de 30%

Em uma tarde de meados de novembro de 2008, o motofretista Danilo Barbosa da Silva, 26 anos, realizava uma entrega de medicamentos no bairro Primavera, quando a moto que seguia à sua frente parou bruscamente, fazendo com que ele colidisse atrás do outro veículo. Com a queda, Silva quebrou a mão direita, onde teve que ser colocado um pino. Por causa do acidente, ele ficou dois meses afastado do serviço.

“O trânsito está complicado. Há muitas motos e carros na rua”, afirmou o motofretista, que disse que dois de seus colegas da farmácia onde trabalha estão de atestado médico por causa de acidente de trânsito.

Os riscos para os profissionais que trabalham com motos levou à criação de um projeto de lei, sancionado nesta semana pela presidente Dilma Rousseff (PT), que altera a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e determina que esses trabalhadores recebam adicional de periculosidade de 30% sobre o salário. A medida abrange motofretista, motoboys e mototaxistas.

Em Araçatuba, há cerca de duas mil pessoas que trabalham com motofrete e aproximadamente 700 mototaxistas. Eles representam 4,7% do total da frota de motos do município, que atualmente é de 56.703 veículos, de acordo com dados de maio deste ano do Detran-SP (Departamento de Trânsito do estado de São Paulo).

Segundo o presidente do Sindmoto (Sindicato dos Trabalhadores Autônomos, Agenciadores e Condutores de Utilitários em Duas ou Três Rodas, Motorizados ou Não, de Araçatuba e Região), Jair Ferreira de Moraes, a nova regra vai beneficiar mais os motofretistas, já que a maioria dos mototaxistas é autônoma.

ORÇAMENTO
Para ele, a medida vai ajudar no orçamento dos trabalhadores da categoria. Moraes disse que o salário dos motofretistas, que recebem em média R$ 1.200, é mais baixo que os pagos na capital. “Ela (a nova norma) veio em uma boa hora e melhora o poder aquisitivo destes profissionais”, declarou Moraes.

Via Folha da Região

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