Venda de caminhões deve saltar até 30% no Brasil em 2018, segundo projeções
Venda de caminhões deve saltar até 30% no Brasil em 2018, segundo projeções
Possível crescimento, no entanto, será em comparação com números baixos de emplacamentos dos últimos anos. Mas montadoras já voltaram a contratar.
Depois do desempenho positivo no final de 2017, os representantes do setor de caminhões ficaram mais otimistas com o mercado brasileiro — uns mais do que outros, já que as projeções de crescimento nas vendas de veículos novos para 2018 agora variam de 9,5% a 30%.
A Mercedes-Benz encabeça as estimativas mais confiantes, enquanto a associação de concessionários, a Fenabrave, espera o menor avanço. Mas, em todos os casos, as comparações são com números relativamente baixos.
A associação de fabricantes (Anfavea) prevê alta de 24,7% nos emplacamentos de veículos pesados, incluindo também os ônibus, que devem apresentar retomada mais lenta neste ano.
“É uma previsão alta, mas sobre uma base baixa”, explica Luiz Carlos de Moraes, vice-presidente da Anfavea.
Os executivos citam a necessidade de renovação da frota e a melhoria da economia como os principais fatores que impulsionarão as vendas neste ano.
“O país crescendo, a frota cresce” , afirmou Sérgio Zonta, vice-presidente para caminhões da Fenabrave.
No meio do caminho das projeções, o presidente da MAN/Volkswagen Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes, acredita que o avanço deve ser entre 10% e 20%, segundo a agência Reuters.
A expectativa foi revisada para cima recentemente – até alguns meses atrás a empresa estimava alta entre 8% a 10%.
“Vai haver uma renovação de frota que já estamos experimentando”, disse Cortes.
Com base nos indicadores positivos, a Ford também mudou os planos da fábrica no ABC paulista e prevê ampliar a produção em 45% no primeiro trimestre, sobre o número dos últimos três meses do ano passado.
Contratações
Em 2017, as vendas de caminhões fecharam o ano com alta de 3,5% sobre 2016, que foi o pior ano para o setor desde 1996. Mesmo com uma alta de 37% na produção, as fábricas instaladas no país ainda operavam com apenas 25% da capacidade no final do ano.
Mas a tendência é de aceleração do ritmo nas linhas de montagem. A Volkswagen, por exemplo, cancelou as férias coletivas de final de ano na fábrica de Resende (RJ) pela primeira vez em 6 anos e abriu 300 novas vagas.
A Mercedes-Benz, que demitiu 1.400 funcionários de São Bernardo do Campo (SP) em 2016, anunciou em dezembro a contratação de 266 trabalhadores – 130 deles iniciarão as atividades em fevereiro com contrato temporário de 1 ano.
“Estamos sentindo que, mesmo lenta, a economia está dando sinais de recuperação”, afirmou, na ocasião, o presidente da Mercedes-Benz do Brasil, Philipp Schiemer.
A Ford Caminhões diz que não precisará recorrer a horas extras, novos turnos ou trabalho aos finais de semana para acelerar a produção, já que usa um esquema flexível, em que os mesmos funcionários podem atuar na linha de carros ou na de caminhões.
Mais exportações
Assim como no setor de automóveis de passeio e comerciais leves, parte do otimismo da indústria de veículos pesados é impulsionado pelas compras de países vizinhos, principalmente Argentina, Chile e Colômbia.
As exportações de caminhões cresceram 31% no ano passado, na comparação com 2016, segundo dados da Fenabrave. Na Ford, elas respondem por cerca de um terço da produção total.
A MAN/Volkswagen registrou o melhor desempenho dos últimos cinco anos, com 8,4 mil unidades enviadas ao exterior. A empresa também manda veículos desmontados, o chamado CKD, para a Nigéria e África do Sul.
Para 2018, a Anfavea estima que o avanço das exportações de veículos pesados será de 12,8% – percentual superior ao de veículo leves (4,6%) -, chegando a 42,2 mil unidades no total.
Fonte: G1
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